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MKMB
Émotions Homogènes
CD BMC Records 20
09

 

 

Contrariando o título, este é um disco onde a homogeneidade não existe: o CD entremeia exercícios de explícita inspiração folclórica árabe com fantasias melancólicas, composições que qualquer blindfold test remeteria para Henri Texier ou Daniel Humair, com exercícios abstractos sobre a pintura de Nicolas de Staël ou Francis Bacon; sem qualquer relação interior para além da suposta afinidade estética europeísta entre os músicos.

Cada um dos quatro contribuiu para o alinhamento, cabendo ao pianista cinco dos nove temas, algumas delas pertencendo a anteriores projectos dos músicos. Sem deixar de ter momentos de interesse, o disco navega sem linha condutora, abusando dos clichés e revelando a inexistência de líder, mas também alguma leviandade na construção.

Recorrentemente músicos de grande classe europeus parecem querer apresentar a autoridade da herança da Europa como bastante para fazer grande música, o que não é o caso. A História da Europa (as inúmeras tradições folclóricas, populares e eruditas da Europa e do Médio Oriente e do Magreb) merecia que se sentassem à mesa a escrever um pouco mais.

Christophe Monniot (sa, sb)
Joachim Kuhn (p)
Sébastien Boisseau (ctb)
Christophe Marguet (bat)

(Este texto foi publicado em Jazz 6/4 #3)